sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sim, eu tenho ciúmes!



Sempre que abro o blog, desço até o final da página na esperança inútil de encontrar pelo menos um comentário, solitário que seja. Hoje não foi diferente. Postei meu (quase) segundo texto do dia, já que os dedos estão nervosos e a cabeça a milhão rs, li e reli meu texto de desabafo e quando desci a página me deparei com um único comentário ali embaixo, no post da Jad, solitário, único, primeiro e muito especial. Meus olhos brilharam. Abri o comentário e vi quem era a autora. Grande amiga. Grande irmã. Pessoa que faz uma falta incalculável na minha vida. Que eu choro toda vez que lembro o modo imbecil como perdi sua amizade. Fiquei com ciúmes. Li o comentário até o final com os olhos atentos pra ver se em algum momento ela lembrou de mim.

“E não se preocupem vcs acharam uma fã!!!”.

Foi o único momento em que ela usou o plural e que, de uma forma ou outra, senti que ela estava me incluindo naquilo, diferente do resto do comentário, que era única e exclusivamente direcionado à Jad. Tudo bem. Isso eu entendo. A Jad se tornou parte da família dela. Elas se aproximaram muito. E como é bom ter amigas-irmãs pra contar em todos os momentos da nossa vida, os bons e os ruins, eu sei disso, porque de duas irmãs que Deus me deu ainda me sobrou uma e ela é tudo que eu tenho hoje. Só não entendo o modo como me foi tirado o direito de ter uma irmã mais velha e como ela me foi tirada.

Um sorriso se abre em meu rosto em meio às lágrimas que derramo pela falta que ela me faz e por pensar na mágoa que ela carrega de mim, quando me lembro da nossa infância, de como crescemos juntas, nós três, de tudo que passamos juntas e das histórias de tudo que passamos separadas. De como foi difícil, estranhamente solitário e meio que sem graça o tempo que ela passou longe de nós, morando em outra cidade. Abandonou duas irmãs menores, desajuizadas, nessa selva onde o mal bate a sua porta o tempo todo se convidando pra entrar e o bem é tão difícil de achar, que se esconde em meio às pessoas más. Sempre se portou como minha irmã mais velha. E sempre me tratou como sua irmã mais nova também. E pra mim isso sempre foi um tesouro: UMA IRMÃ MAIS VELHA QUE EU ESCOLHI PRA CHAMAR DE MINHA. Na adolescência, sempre meio distante e alheia às nossas criancices, ela tinha outro mundo, outra cabeça, outras preocupações, outros amigos. Mas com o tempo, eu e a Pri também crescemos e fomos nos aproximando aos poucos desse mundo adolescente meio adulto que a gente sempre achou tão chato. Esses mundos se aproximaram e fizeram com que as pessoas que faziam parte deles, tão distintos e tão próximos, se aproximassem também. Ela sempre foi mais fria, mais durona, mais realista que a gente e fazia com que nós nos adequássemos aos moldes dela, como quem dizia: “OLHA MENINAS, O MUNDO LÁ FORA NÃO É DO JEITO QUE VOCÊS IMAGINAM, A CASINHA DE BONECAS ACABA COM A INFÂNCIA, E ACABA MUITO MAIS CEDO DO QUE VOCÊS PENSAM, AS PESSOAS SÃO MÁS E IRÃO FAZER MAL A VOCÊS SE VOCÊS NÃO FOREM DURONAS O BASTANTE!”. Infelizmente, eu ouvia e via tudo aquilo achando que não era tão real quanto ela pintava. Já a Pri absorveu bem os ensinamentos. Hoje o que me restou foi absorver da Pri o que ela absorveu da Patrícia, pela falta de contato. Crianças são assim, parece que temos que repetir pra elas diariamente as mesmas coisas pra que elas gravem pelo menos metade do que a gente disse. E o NÃO nunca é absorvido pelo cérebro de uma criança. Acho que ainda sou criança porque nunca entendi o que passei a ouvir (na minha cabeça): “Eu NÃO quero ter mais contato com você. Você NÃO é amiga pra mim. NÃO quero te ver nem pintada de ouro. NÃO quero você dentro da minha casa e nem perto da minha irmã.”

Foi duro, foi dolorido, foi amargo, foi desastroso, foi difícil e continua sendo difícil até hoje. Na casa onde eu cresci, eu não posso mais entrar. As irmãs de criação que eu escolhi pra mim como um puro desejo infantil e mimado, foram tiradas de mim e eu fiquei ali, sozinha, sem entender o que tinha acontecido e nem o mal que eu tinha feito ao mundo pra sofrer tamanha desgraça: A SOLIDÃO. Aos poucos algumas coisas voltaram a ser o que eram antes e outras, nem depois de quase um ano, voltaram. E é essa saudade que eu sinto todos os dias, a necessidade da sacudida que ela sempre me dava quando eu estava andando pelo caminho errado, saudade do sarcasmo que eu imitei e trouxe pra minha vida porque eu achava a coisa mais engraçada do mundo, saudade do modo como ela “quebrava nossas pernas” quando fazíamos piadinhas sem graça com aquele seu sonoro e forte “IDIOTA” ou “Não é Pá? Hahaha” e ela respondia: “ NÃO!”, com aquela cara séria, sem rir, sempre com um dom pras artes cênicas, ou quando fazia a piada, deixava a gente morrer de rir até ficar sem graça, sem ar e com dor de barriga de tanto rir, mas ela não ria, só quando a gente se cansava de rir. Que falta me faz aquela casa alegre, onde todos pentelham uns aos outros o tempo todo e tudo é levado na brincadeira, até as brigas. Era meu refúgio! Pra onde eu fugia quando o clima na minha casa estava pesado demais pra minha alegria sempre infantil, o que era (e é) um fato constante na minha vida (tanto o clima pesado na minha casa quanto a minha alegria infantil). Algumas coisas nunca mudam e outras mudam pra sempre.
Imagino que ela vá ler esse post, já que ele está em meio aos posts da Jad.

Diz a Jad que ganhamos (NO PLURAL) uma fã, acredito que isso seja somente mérito dela.

Me serviu pra limpar os olhos de dentro pra fora um pouquinho, chorar a dor de uma grande amizade perdida e registrar um pouquinho da tamanha falta que ela faz na minha vida.

Espero que um dia ela possa me perdoar por eu ser quem sou e como sou e aceitar que também erro. Espero que um dia eu possa perdoar quem espalhou a calúnia e discórdia que manchou quase que de sangue nossos laços de amizade. Espero que um dia eu possa voltar a te chamar de IRMÃ.

Um comentário:

  1. Começar esse comentário pra mim vai ser estranho,depois de quase um ano como vc disse sem nos falarmos!Mas seria impossível ler e n comentar,até pq foi totalmente direcionado a mim!Confesso que qdo comecei a ler desacreditei q aquilo seria pra mim,mas conforme lia comecei a rir de alguns trechos q vc me descreve e em alguns momentos me emocionei tb!(só n chorei pq sou homem porra!!!hahahahahaha...)
    Fico feliz por saber q fui tão especial assim pra vc.Foi triste e lamentável a maneira como nos afastamos,talvez uma atitude de extrema ignorância mha,mas vc me conhece e sabe que sou assim!Mas n tenho raiva de vc,n te odeio!Só depois daquele fatídico dia não nos encontramos rapidamente,somente após alguns meses,aí ja tinha ficado um clima estranho!
    Mas aprendi q nessa vida todo mundo erra,temos nossos defeitos e diferenças e isso é q é bom!Pq se fóssemos todos iguais qual seria a graça?estamos nessa vida para perdoar e sermos perdoados,para aprender e ensinar,rir e chorar...
    A única coisa que eu sempre quis foi ver vc feliz,e até hje desejo isso,pq apenas quero o bem para aqueles que amo,e q faz parte da mha vida!(pq vc faz!)como fdoi dito,crescemos juntas,é claro que eu nasci a alguns mtos anos antes!!!kkkkkkkkkk...mas enfim,n tenha ciúmes pq agora estou escrevendo só pra vc,pra dizer q tudo q aconteceu para mim está enterrado,pq guardo apenas oq me faz bem,as coisas desagradáveis deixo para trás!
    um grande bjo,Fabaro!!!!kkkkkkkkkkk...(tava com saudade de dizer isso!apesar de vc n gostar!desculpa!)
    PS:Continuo sendo sua fã!

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